A Voz da Profecia nasceu em 1943 e durante esses longos anos se tornou referência em programa religioso no Brasil. Seu quarteto Arautos do Rei iniciou seus trabalhos no Brasil em 1962. Sua mensagem é anunciar a volta de Jesus até a sua vinda.

sexta-feira, 16 de março de 2012

PRIMEIROS ANOS DA VP



OS PRIMEIROS ANOS 

E OS PRIMEIROS FRUTOS DA VOZ DA PROFECIA

Em  1944, 45 grandes cidades da América do Sul estavam utilizando o rádio para anunciar a mensagem da breve volta de Jesus.
As cartas começaram  a chegar e por isso foi preparado um escritório no Rio de Janeiro onde foi instalada a primeira sede da Voz da Profecia. Ali, uma obreira bíblica, Srta. Ilka Reis atendia àqueles que escreviam à Voz da Profecia. Nessa época a Escola Radio Postal da Voz contava com cerca de 5.000 alunos.

Primeira sede da Voz da Profecia no Rio de Janeiro

Os testemunhos de muitos podiam ser ouvidos por todo o país e alguns estão expressos em algumas das Revistas Adventistas da época.
As cartas que chegavam mostravam o interesse dos ouvintes em conhecer mais a respeito da Bíblia Sagrada.
Em 1944 o Pr. Roberto Rabelo informou: “Os programas da Voz da Profecia estão despertando grande interesse nas três América. Mas é nos Estados Unidos, onde a obra de rádio foi começada há mais tempo, que os resultados são mais evidentes. Neste país cerca de 200.000 pessoas estão fazendo o nosso curso sobre as Sagradas Escrituras, e para cima de 1.000 já se uniram à igreja pelo batismo.” Revista Adventista, Março de 1944.
São Paulo era o estado que comprou a ideia de evangelizar usando o rádio, pois além de três emissoras transmitindo o programa, ainda tinha programações locais em sete emissoras em diferentes cidades.
Os programas locais da Associação Paulista eram transmitidos nas cidades de São Paulo, Santos, Rio Preto, Presidente Prudente, Jaboticabal, Assis e Campinas.
Algumas emissoras que nunca tinham permitido programas religiosos dentro de sua programação aceitaram irradiar o programa A Voz da Profecia.

Equipe da Voz da Profecia em 1945

Com menos de dois anos desde que foi ao ar pela primeira vez, o Programa A Voz da Profecia, já contabilizava cerca de 20.000 cartas recebidas de ouvintes interessados em conhecer melhor a Bíblia Sagrada, e outros tantos eram inscritos nos cursos bíblicos através de irmãos que enviavam seus nomes para o escritório da Voz. Cerca de 7.700 alunos estavam estudando a Bíblia pelos cursos oferecidos pelo programa e o entusiasmo era contagiante.
Quando se lê os artigos das Revistas Adventistas da época pode-se sentir que o interesse de todos pelo programa era grande. Diversos artigos descrevem como milhares de pessoas em todo o Brasil passaram a amar o programa e tomar decisões ao lado de Cristo.
Neste início, o programa não se identificava como sendo da Igreja Adventista do Sétimo Dia e muitas pessoas ficavam ouvindo, mas sem saber a que igreja pertencia. O resultado é que algumas cartas eram recebidas com o seguinte conteúdo:
“Agora, uma pergunta um pouco ousada; ‘Que religião é essa? Estou seguindo-a sem saber qual é, mas acho que é a verdadeira.’”
Outro ouvinte dizia: “A santa Voz da Profecia tem me instruído muito com grande proveito.”
Outro ainda escreveu: “Para mim, a Voz da Profecia não é mais a Voz da Profecia, mas a Voz de Deus.”  
Na verdade, Deus estava usando essa voz para que os brasileiros pudessem ouvir a verdadeira Voz, a Voz de Deus.
Um aluno do Rio Grande do Sul escreveu: “Tenho encontrado coisas maravilhosas na Palavra do Senhor... Ore por mim e por minha casa, pois somos quatro a aprender as grandes verdades de Deus.”
Para se ter uma ideia de como a Voz da Profecia era a sensação do evangelismo nessa época, basta olhar a Revista Adventista de Julho de 45, cerca de 7 páginas tratavam da Voz da Profecia.
O alvo do programa era: “Anunciar a verdade presente, aos que ainda não a conhecem.”
Grandes cidades do Brasil passam a transmitir o programa e as Revistas Adventistas estampam em suas páginas a frequência e horários das transmissões. Do extremo norte como Manaus, Belém e São Luiz, até o sul do Brasil, em Porto Alegre e Curitiba transmitiam o programa. Outras grandes cidades como Aracaju, Blumenau, Fortaleza, Vitória, Rio de Janeiro, Campos, Rio Grande, Salvador, Juiz de Fora, Cuiabá, Uberlândia, Londrina e Goiânia também tinham o privilégio de ouvir as mensagens de fé e esperança. Em alguns estados não somente a capital transmitia o programa, mas cidades do interior começam a transmiti-lo também, como no Estado de São Paulo, que além da capital, Araraquara, Marília, Ribeirão Preto e Santos, também transmitiam o programa. Certamente a rádio foi um fator importante no crescimento da igreja Adventista no estado de São Paulo.
E as cartas chegam com “pedidos macedônicos”: “Prezada Voz da Profecia, aqui muitos estão interessados pelo grande acontecimento da volta de Cristo. Venho pedir por meio desta que mandem um missionário para nos explicar mais a respeito.” (RA, set. 1945, pág. 12)
Esses pedidos fizeram com que a liderança da igreja buscasse outras emissoras de rádio para irradiar o programa.


Capa da Revista Adventista de Setembro de 1946

No mês de setembro de 1946, quando a Voz da Profecia completava três anos de existência, a Revista Adventista dedicou quatro páginas sobre o assunto, incluindo a capa.
O artigo de capa, escrito pelo Pr. H. M. S. Richards informava que o programa podia ser ouvido agora em vários países, incluindo a Terra Santa. E a revista traz o texto de uma das cartas recebidas de Jerusalém:
“Agrada-me tanto vossos programas de rádio, que quisera saber mais a respeito de vossos ensinos. Quereríeis enviar-me as publicações gratuitas anunciadas em vossas irradiações? Ouvimos vosso programa da casa do zelador do Sepulcro do Horto, aceito por milhões como sendo o próprio sepulcro de onde ressuscitou o Senhor Jesus. Estou escrevendo esta carta no Horto, próximo ao sepulcro, onde se está celebrando um culto em favor das tropas que o visitam. O filho do zelador está também muito interessado em vossas irradiações.”
Você pode imaginar a alegria que trazia à equipe da Voz da Profecia este tipo de carta.
Em 1946 cerca de 70 emissoras transmitiam o programa A Voz da Profecia no território da Divisão Sul Americana levando a grande “Voz” por esse vasto continente através do rádio.
As cartas recebidas no escritório da Voz da Profecia neste três anos de vida, já ultrapassava meio milhão. Isso dá cerca de 14.000 cartas por mês. 75.000 pessoas haviam sido inscritas em um dos três cursos bíblicos da Voz: “O Curso Universal”, “O Curso Livre Para Adultos” e o “Curso Juvenil”.
De apenas 14 emissoras de rádio em 1943, em três anos o número aumentou para 21 emissoras. E de acordo com “uma estatística digna de fé”, de acordo com o Pr. Rabelo, só no Rio de Janeiro, capital do país, a Voz da Profecia tinha cerca de 50.000 ouvintes fiéis.  
Deus ia abençoando esse trabalho no mundo, e em 1947, em todo o mundo, cerca de 600 emissoras levavam ao ar a mensagem de esperança da Voz da Profecia.
            Uma foto tirada em 1947 é impressionante porque mostra uma imensa quantidade de cartas recebidas e atrás está escrito: “Cartas recebidas em três dias.”

Cartas recebidas em três dias na Escola Radio-Postal da Voz da Profecia

Os anos se passavam, mas a popularidade do programa não diminuía, ao contrário, Deus continuava dando sucesso à Voz da Profecia. Em janeiro de 1949, mais de 70.000 pessoas já haviam sido inscritas nos cursos bíblicos.
O número de emissoras que transmitiam o programa também ia crescendo. Em 1951 cerca de 825 emissoras transmitiam o programa em diversos países do mundo procurando alcançar pessoas das mais diferentes línguas. A Rádio Ceilão, como potência de 100 quilowatts era a mais poderosa estação de ondas curtas do mundo e irradiava o programa para a África do Sul, Índia, países do sul da Ásia, Oriente Próximo e toda Europa Oriental.
Neste ano, a Revista Adventista anunciou que três estações de televisão também estavam anunciando a mensagem de esperança semanalmente, nos Estados Unidos. A televisão tinha recém chegada ao Brasil e logo também seria utilizada para levar a mensagem de esperança a muita gente.
As histórias de conversão vão se multiplicando. Pessoas de diferentes classes sociais, de diferentes idades, de diferentes cidades... Parecia que o rádio estava alcançando a todos.
A história da conversão de Adair Otoni me chamou a atenção. Um dos motivos foi o fato de ela ser apenas uma juvenil.
Adair era de uma família Católica muito sincera e ao se mudar para Campo Grande conheceu sua vizinha que pertencia a Igreja Presbiteriana. Não demorou muito para que essa vizinha começasse a testemunhar de sua fé para Adair. Contou de Jesus de uma maneira tão linda, tão doce que ela nunca tinha ouvido antes. Foi então que ela passou a conhecer melhor a Jesus.
Com muita vontade de ler a Bíblia, pediu à vizinha que a emprestasse para ela. Quando recebeu a Bíblia emprestada foi com muita alegria que a começou ler. Começou pelo Novo Testamento e a medida que lia mais encantada ficava com a Palavra de Deus.
Um dia, seu pai a viu lendo a Bíblia e logo perguntou:
“Essa é a minha Bíblia?”
Ela ficou surpresa, porque nem sabia que o pai tinha uma Bíblia.
Foi então, que o pai foi até os seus livros e trouxe uma Bíblia bem conservada de lá. Ela ficou tão feliz, porque agora podia ler a Bíblia sempre que quisesse.
Ela conta que lia a Bíblia incansavelmente, mas não tinha uma real compreensão de tudo o que lia. Um dia leu os “Dez Mandamentos” e ficou preocupada com o Sábado. Decidiu começar a guarda-lo à sua maneira, mas não falou nada para ninguém. Na verdade ela pensava que só ela e os judeus guardavam o sábado.
Um dia alguém deixou um folheto em sua varanda. Nesse folheto era oferecido o curso Juvenil da Escola Radiopostal da Voz da Profecia. Ela imediatamente pediu o curso e começou a faze-lo com muito interesse. Cada dia ficava mais feliz com o estudo e decidiu que um dia seria missionária. Foi então que escreveu uma cartinha perguntando o que era necessário para ser missionária. A resposta veio dizendo que alguém a visitaria para lhe orientar.
Um dia chegou o Pr. Rubens Ségre Ferreira, secretario-tesoureiro da Missão em Mato Grosso. Ele começou a estudar a Bíblia com ela. Era maravilhoso, mas ela não sabia de que igreja ele era, pois ela não havia revelado.
Quando chegou o momento de tomar uma decisão, Adair foi firme em afirmar que ela queria guardar o Sábado e só pertenceria a uma igreja que guardasse o santo Sábado.
Você pode imaginar a cena. O Pr. Rubens Ségre sorriu e disse: “Nós, os Adventistas, guardamos o Sábado!”
            Certamente muitas pessoas e detalhes foram envolvidos para a conversão de Adair, mas o Espírito Santo juntou tudo para trazer mais essa pessoa aos pés de Jesus.

Pr. Roberto Rabelo e equipe gravando nos Estados Unidos

Em 1951, a Igreja Adventista no Brasil tinha apenas 25.000 membros e apenas 80 pastores ordenados. Já imaginou quão grande era a tarefa de evangelizar o país?
O Pr. Roberto Rabello disse: “Mesmo se cada um dos pastores advertissem mil pessoas por ano, em séries de conferências, seriam necessários seiscentos anos para evangelizar o Brasil, sem tomar em conta o crescimento anual da população.” RA, agosto de 1951, p. 24.
Note a importância do rádio como ferramenta de evangelismo.
            Depois de 10 anos no ar a sede da Voz da Profecia contava com um grupo de oito dedicados obreiros. Cerca de 130.000 pessoas se inscreveram para fazer o curso bíblico, dos quais, mais de 30.000 seguiram estudando (alguns desistiam antes do fim do curso).

Equipe da Voz da Profecia em 1953


Meu sogro, Porfírio Ferreira de Abrantes, amava a Voz da Profecia e comprou um horário na rádio local de Fátima do Sul para que o programa fosse transmitido. Durante alguns anos o programa vinha sendo irradiado na cidade mas o tempo passava e ele não via resultados. Não via batismos e nem pessoas que vinham para a igreja por causa do programa. Por isso decidiu que pararia de pagar pois estava considerando um desperdício sem resultado.
Saiu de casa decidido a rescindir o contrato. Enquanto ia caminhando pela rua não pode deixar de escutar a conversa de duas pessoas na frente de uma casa. Um senhor dizia:
“Você já ouviu o programa Voz da Profecia?”
“Não.” Foi a resposta.
“Você deveria ouvir, pois é um excelente programa. Eu não perco nenhum programa.”
            Meu sogro ao ouvir isso, fez meia-volta e decidiu manter o programa no ar. A semente estava sendo semeada e no momento oportuno seria colhida.

Pr. Roberto Rabelo e Pr. Siqueira gravando o programa A Voz da Profecia

Conheça mais da história da Voz da Profecia lendo o livro


    
   
    
    


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